Um dia chegou pelo correio uma carta que viria a mudar o rumo desta história. As notícias que chegavam davam conta que Túlio se havia enamorado de uma rapariga sua conterrânea, com a qual havia mantido contato intimo, como a própria jovem relatara na malfadada carta.

Aos olhos da sociedade da época tal acontecimento colocava em causa os tradicionais e bons costumes e Irene, mergulhada numa profunda tristeza, decide romper com o relacionamento. Inconformado com a perspetiva de não poder concretizar a sua paixão avassaladora, Túlio num ato pouco refletido, pegou numa pistola e sem dó nem piedade assassinou a sua antiga namorada, suicidando-se de seguida.

Com o impulso de uma empreendedora com provas dadas na área da solidariedade no Alentejo, que em boa hora se cruzou na vida de Irene, estavam reunidas as condições para a concretização de um sonho. 

Assim, no ano de 1981, foi celebrado o testamento de Irene que viria a dar corpo à obra da Fundação Irene Rolo. Entre reuniões com diversas entidades, nomeadamente a Segurança Social, o apoio às pessoas com deficiência afigurou-se como uma necessidade no concelho de Tavira, à qual importava privilegiar e logo Irene se apaixonou por essa causa. A paixão então vivida parecia novamente despertar na vida de Irene, sob a forma de solidariedade.

Nos anos que se seguiram acompanhou de perto todos os trabalhos preparatórios para a criação da ambicionada Fundação. 

Em abril de 1982 foi realizada a escritura pública para a criação da Fundação Irene Rolo e nesse mesmo ano foi lançada a primeira pedra do edifício, acontecimento vivido com grande intensidade pela doadora.